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Caravana das Drags – o novo programa favorito da família LGBT brasileira

A estreia do programa mostrou que podemos ir além da fórmula americana

Finalmente o reality show “Caravana das Drags” estreou na Prime Vídeo, após tanta polêmica com o nome da rainha dos baixinhos chegando para apresentar um programa de drag queens. Já nos três primeiros episódios lançados na semana passada, mais especificamente no dia 14 de abril, podemos ver que não é nada de bom tom comparar com drag race, pois o reality tem a cara do Brasil.

A realidade é que o “Caravana das Drags” é mágico, a começar que o desafio final sempre é no palco dentro de uma estrutura de lona, em referência ao picadeiro dos circos. A ideia de viajar pelo Brasil e mostrar todas a cultura proveniente da região foi genial e está sendo muito gostoso de assistir.

Bordão Oficial

Um bom reality tem o seu bordão. No “Caravana das Drags” é o “Porque a drag brasileira, não desiste nunca!”, em referência ao ditado popular “sou brasileiro e não desisto nunca”. Isso se tornou tão único que ficará marcado na história da cultura drag brasileira.

O que foi Xuxa e Íkaro vestidas de Cowgirls? Está tudo muito bem feito, os figurinos, a produção e a escolha das músicas. Vou confessar que não gostei da prova do futebol, mas foi divertido de assistir, pois isso é um pouco da essência do Brasil.

xuxa Morgana Sayonara
Morgana Sayonara

Morgana Sayonara

Teve batismo? Teve, sim! A partir de agora é proibido chamar Xuxa no reality, Morgana Sayonara chegou e foi batizada por Ikaro Kadoshi, esse ícone do transformismo brasileiro. Aliás, foi uma ótima proposta trazer Ikaro ao lado dela, pois sabemos que a rainha ainda tem muito a aprender sobre a cultura drag e sobre piadas pesadas. Vale lembrar da que mencionou o boato do pacto, em que Xuxa não viu muita graça, mas que o Ikaro, claramente, deu uma boa gargalhada. Isso certamente salvou a Desiree naquele episódio.

Drags Icônicas

Nós já haviamos falado do talento da Chandelly e já entrevistamos ela em uma live no Instagram na época da pandemia, muitos não conhecem a história da drag que animava crianças com câncer em um hospital, chamando a atenção de produtores da Netflix que fizeram um vídeo, para assistir clique aqui.

A Ravena Creole é outro ícone, conhecida por suas apresentações e também por participar do reality show “Academia de drags” apresentada por Silvetty Montilla no Youtube. Quem conhece sabe que é a simpatia em pessoa e claramente só quer ser feliz nessa vida, ela ainda tem muito a mostrar no programa.

Enme é uma revolução, apesar de ser uma das mais novas no meio, vem se destacando através da música, inclusive, ela também é de São Luis, terra de Pabllo Vittar e tem um feat recente com Bixarte, que estará na próxima temporada de Cine Holiúdy da Rede Globo, a música se chama “Magia Negra” e a drag cantou no terceiro episódio do reality demonstrando o seu talento único.

Frimes foi uma aposta genial, ela é a ousadia em pessoa, famosa pelos memes e pelos seus clipes e canções polêmicas. A drag recentemente participou do clipe “Voguebike” do cantor Getulio Abelha. No programa ela está rendendo várias vídeos com frases de potencial viral que estão sendo usados para divulgação do programa, criadora de conteúdo nata.

Além da querida Robytt Moon, um baluarte do bate-cabelo, suas apresentações lotavam as casas de show, participou e ganhou vários concursos. Por anos foi um dos nomes mais queridos por bares e boates que buscavam apresentação de bate-cabelo, ao lado de nomes como Marcia Pantera, ela ficou conhecida como “Rainha do Bate Cabelo”.

caravana das dragsBate-cabelo

E por falar em bate-cabelo, foi uma surpresa maravilhosa colocar na competição, pois há quem acredite que bate-cabelo é algo que drags sem talentos para maquiagem e figurino fazem, o que é um absurdo. O bate-cabelo nasceu no Brasil nos anos 80, inspirado nos movimentos dos músicos do Rock, que ao som das guitarras giravam seus cabelos.

Hoje em dia, algumas cantoras como Beyoncé e Joelma fazem o bate-cabelo como forma de coreografia durante as suas apresentações, mas isso teve início bem antes na cultura drag brasileira. Espero que seja abordado mais sobre o tema ao longo do programa.

O programa da família

O reality está alcançando camadas da sociedade que programas LGBTQIA+ não estavam chegando, são fãs e pessoas que conhecem a Xuxa, eles estão assistindo e aprendendo sobre a nossa comunidade e a cultura drag. São pais e mães que querem entender um pouco mais sobre os seus filhos, ou seja, esse programa tem o potencial de transformar o preconceito em respeito.

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Willamys Guthyers

• Joralista • Ativista LGBTQIAPN+ • Copywriter • Analista de Marketing Digital

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