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Erika Hilton e Duda Salabert: primeiras deputadas federais trans são eleitas no Brasil

Pela primeira vez na história, o país terá representantes travestis e transexuais na Câmara dos Deputados. Ao menos duas parlamentares formarão a bancada. Minas Gerais e São Paulo elegeram, pela primeira vez, deputadas trans para o Congresso Nacional.

Congresso terá deputadas federais trans pela primeira vez! As eleições bateram o recorde de candidaturas trans pelo país: ao todo foram 80 candidaturas, sendo 38 federais e 42 estaduais, segundo levantamento da Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) .

Com 100% das urnas apuradas, Duda Salabert (PDT – MG) obteve 208.332 votos e foi a mulher mais votada do estado mineiro. Nas últimas eleições municipais Duda Salabert teve uma votação expressiva se tornando a vereadora mais bem votada de Belo Horizonte. Neste domingo, a parlamentar foi à urna munida de um colete à prova de balas por causa de ameaças que tem sofrido.

Erika Hilton (PSOL – SP) por sua vez conquistou 256.903 votos, sendo a terceira mulher mais votada em SP. Em 2020, ela bateu o recorde de votação no país, quando concorreu como vereadora pela capital paulista. Durante o mandato, presidiu a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa.

As representantes da comunidade LGBTI+ vão ocupar o cargo pelos próximos quatro anos.

 

Eu seu instagram Duda  postou um video de comemoração e declarou:

“Sou a primeira trans eleita do Congresso Nacional. Sou a deputada federal mais votada da história de Minas Gerais! Mesmo com ataques de setores da esquerda, ataques dos ‘ciristas’, ameaças de morte da ultra-direita, vencemos! Muito obrigada MG!”, – comemorou Salabert, de 41 anos.

Duda, entrou para a política 2018, quando concorreu a uma vaga no Senado Federal. Na época, filiada ao PSOL, ela fez história por ter sido a primeira pessoa trans a participar da disputa para uma vaga do tipo – no entanto, não foi eleita. Já em 2020, buscou uma vaga na Câmara dos Vereadores de Belo Horizonte (MG).

Duda fez história e se tornou a primeira parlamentar trans eleita na capital mineira e a vereadora mais bem votada da cidade, com 37.500 eleitores.

Erika, de 26 anos, também comemorou a vitória nas redes sociais:

“Já dá pra dizer: TRAVESTI PRETA ELEITA! É FEDERAL! PELA PRIMEIRA VEZ NA HISTÓRIA!”. – Comentou Erika

Atual vereadora de São Paulo, ela entrou na política em 2018, quando fez parte da Bancada Ativista, primeiro mandato coletivo eleito na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

Em 2020, Erika decidiu concorrer de forma individual uma vaga na Câmara Municipal de São Paulo. Com 50.508 votos, ela foi a vereadora mais votada da capital paulista, a décima no país e a primeira vereadora trans da cidade.

“O Brasil só tem a ganhar e a aprender” com a eleição das duas deputadas federais. “Elas abrem caminhos e marcam seus nomes na história. Elas não falam por nós, falam conosco. É um momento de alegria e comemoração apesar de todo o cenário do fascismo e do autoritarismo que também foi eleito.” – Declarou Bruna Benevides, secretaria de articulação política da Antra,

As assembleias legislativas também contarão com a presença de pessoas trans. Linda Brasil (PSOL) se tornou a primeira deputada estadual trans eleita em Sergipe, assim como Dani Balbi (PCdoB), eleita pelo Rio de Janeiro. Carolina Iara, da Bancada Feminista do PSOL, continua o legado de Erica Malunguinho na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo)

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Willamys Guthyers

• Joralista • Ativista LGBTQIAPN+ • Copywriter • Analista de Marketing Digital

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